terça-feira, 14 de agosto de 2012

Como tudo começou

O cangaço surgiu quando Lampião decidiu se alistar em tropa policial a fim de vingar a morte de seu pai.

Existiam três tipos de cangaço na história do sertão: 
o defensivo: de ação casual na guarda de propriedades rurais em virtude de ameaças de índios, disputa de terras e rixas de famílias;
O  político: expressão do poder dos grandes fazendeiros; 
e o independente: com características de banditismo.  
 
No defensivo, após realizarem sua missão de caçar índios no sertão do Cariri e em outras regiões, a ordem dos fazendeiros, os cangaceiros se dissolviam e voltavam a trabalhar como vaqueiros ou lavradores. As rixas entre famílias e as vinganças pessoais mobilizavam constantemente os bandos armados. Parentes, agregados e moradores ligados ao chefe do clã por parentesco, compadrio ou reciprocidade de serviços compunham os exércitos particulares.
O cangaço político resultou, muitas vezes, nas rivalidades entre as oligarquias locais, e se institucionalizou como instrumento dessas oligarquias, empenhadas na disputa para consolidar seu poder. 
Mas no final do século XIX surgiram bandos independentes que não se subordinavam a nenhum chefe local, tendo sua origem no problema do monopólio da terra. Esse tipo de cangaço já existira no passado, em função das secas, mas não conseguira perdurar, eliminado pelos potentados locais, assim que se restabeleciam as condições normais de vida.

Os três tipos de cangaço muitas vezes coexistiram. O defensivo e o político ocorreram por todo o país e sobrevivem, a bem dizer, até os dias atuais. O independente, porém, tem localização certa no tempo, pois surgindo em fins do século XIX, praticamente desapareceu em 1939, com a morte de Corisco, o Diabo Louro, o mais famoso chefe de bando depois de Lampião. 

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